O que é efeito chicote e como evitar?

Entender o que é efeito chicote e porque ele é uma preocupação crescente nas cadeias de suprimentos industriais é fundamental para evitar danos à indústria. O termo, conhecido como “bulwhip effect” em inglês, refere-se às flutuações amplificadas no inventário e na produção, causadas por mudanças na demanda dos consumidores.

Esse fenômeno pode ter grandes consequências, como por exemplo o aumento dos custos de estoque, que já é considerado um dos mais altos dentro de uma organização. A manutenção de estoque, por exemplo, pode representar até 40% dos gastos deste setor.

Entender a causalidade e as consequências do efeito chicote é crucial para indústrias que buscam eficiência operacional. Neste artigo, revelaremos estratégias eficazes sobre como evitar o efeito chicote, garantindo uma gestão de cadeia de suprimentos mais robusta e resiliente. 

O que é efeito chicote?

Efeito chicote é um fenômeno observado quando pequenas flutuações na demanda do consumidor causam grandes variações nos níveis mais altos da cadeia. Com efeito, um movimento mínimo na ponta pode levar a uma oscilação significativa no outro extremo, semelhante ao estalo de um chicote, por isso este nome.

Um exemplo de efeito chicote ocorre quando uma loja de varejo nota um pequeno aumento na procura de um produto e faz um grande pedido ao fornecedor para garantir o estoque. No entanto, o fornecedor pode interpretar isso como um crescimento significativo na demanda e, por sua vez, aumentar ainda mais os pedidos ao fabricante, ocasionando uma superprodução baseada em sinais distorcidos da demanda real. 

Esse efeito pode resultar em problemas operacionais e financeiros graves. De ruptura a excesso de produtos, as consequências do efeito chicote são amplamente sentidas ao longo da cadeia, desde os fabricantes até os distribuidores e varejistas. Estes desafios podem incluir estoques excessivos, falta de matéria-prima e produtos e aumento dos custos de transporte e produção.

Além disso, o efeito chicote pode afetar negativamente o atendimento ao cliente, levando a uma experiência insatisfatória para o consumidor final. Portanto, é crucial que as empresas compreendam este fenômeno e busquem estratégias eficazes para minimizar seu impacto.

Principais causas do efeito chicote na cadeia de suprimentos

Falta de comunicação entre os elos da cadeia de suprimentos

Sem uma comunicação clara, os departamentos podem não sincronizar seus esforços corretamente. Desse modo, atrasos, erros na produção e perda de clientes devido à incapacidade de atender a demandas de forma ágil podem vir a ocorrer.

Outro ponto dentro da falta de comunicação está na ausência de compartilhamento de dados. Quando isso ocorre, os gestores não conseguem uma visão confiável do inventário, do status dos pedidos e de outros indicadores chaves para o bom funcionamento da operação. 

Visão equivocada da demanda real

A visão deturpada da demanda real também contribui para o surgimento do efeito chicote. Isso ocorre quando as previsões de vendas não correspondem à realidade, levando a decisões erradas sobre o volume de produção e gestão de estoque. 

Variações de preços

Descontos, promoções e outras ações com foco em aumentar as vendas desregulam o padrão regular de vendas. Neste cenário, os consumidores consomem mais produtos durante este período de tempo, causando desequilíbrio na manufatura.

Falta de política de vendas

A inexistência de políticas de vendas e estoque flexíveis também é uma causa do efeito chicote. As empresas precisam ser capazes de se adaptar rapidamente às mudanças na demanda para evitar a oscilação extrema no nível de estoque. 

Ordens de lote

Muitas vezes, as empresas compram em lotes para aproveitar descontos de quantidade ou para reduzir custos de transporte, o que pode causar uma flutuação irregular na demanda. No entanto, essa abordagem pode levar a algumas complicações, como a necessidade de elaborar um planejamento cuidadoso do estoque para evitar excessos ou faltas.

Principais consequências do efeito chicote

Excesso de estoque

Uma demanda estimada incorretamente pode levar a produção a níveis superiores aos necessários, resultando em um acúmulo de estoque que excede a demanda real. Com isso, os gastos irão aumentar consideravelmente.

Falta de produtos no estoque

Por outro lado, subestimar a demanda pode ocasionar em uma produção insuficiente, levando a indisponibilidade de produtos para os consumidores. Nessa situação, atrasos e insatisfações dos clientes se tornam comuns.

Perda de valor dos produtos

No caso de ocorrer a subprodução, os produtos que permanecerem em estoque por muito tempo podem se tornar obsoletos, reduzindo seu valor de mercado e levando, consequentemente, a perdas financeiras.

Dificuldades de fluxo de caixa

Um planejamento de demanda impreciso pode resultar em problemas de fluxo de caixa, pois a empresa pode se encontrar com recursos financeiros imobilizados em estoques não vendidos. 

Redução da competitividade no mercado

A ineficiência no planejamento da demanda também pode resultar em uma perda de vantagem competitiva, pois concorrentes mais ágeis podem atender melhor às necessidades do mercado.

Seja qual for a consequência gerada pelo efeito chicote, é importante contar com um planejamento eficiente. O excesso de estoque, por exemplo, não é apenas um espaço ocupado desnecessariamente, mas também um capital imobilizado que poderia ser investido de forma mais produtiva. A escassez, por outro lado, pode levar à perda de confiança e de clientes que buscam fornecedores mais confiáveis. 

Como evitar o efeito chicote?

Para evitar o efeito chicote é fundamental avaliar e criar estratégias para corrigir as suas possíveis causas. A comunicação eficaz e a colaboração entre todos os níveis da cadeia de suprimentos são cruciais, principalmente para alinhar informações e compartilhar previsões de demanda precisa, evitando oscilações.

Ter uma boa gestão de estoque também é um ponto chave, pois permite que a empresa tenha um controle preciso sobre seus produtos, evitando tanto a escassez quanto o excesso de itens. Isso assegura que os recursos sejam otimizados, reduzindo custos com armazenamento desnecessário e evitando perdas por produtos que não têm saída ou que possam vir a se deteriorar.

O nivelamento de produtos é outra estratégia que pode ser utilizada. Técnica desenvolvida na época do Toyotismo, ele resolve problemas ocasionados pelas mudanças da produção em razão dos pedidos dos clientes, garantindo que haja estoque de todos os produtos de maneira proporcional.

Por fim, flexibilidade da produção e redução dos tempos de ciclo são outras estratégias práticas para combater o efeito chicote. O objetivo é responder rapidamente às alterações na demanda, evitando excesso ou falta de produtos.

Como o sistema MES e o sistema APS podem evitar o efeito chicote?

Contar com um sistema de monitoramento de produção, como é o caso do sistema MES (Manufacturing Execution System, em português Sistema de Execução de Manufatura) da aloee, que realiza todo o gerenciamento da produção, desde o momento em que as ordens são emitidas até o embarque dos produtos para o transporte, também é uma alternativa para evitar o efeito chicote.

O seu uso pode evitar esse problema diante da possibilidade de monitorar a produção em tempo real. Isso permite que a empresa responda de forma mais rápida e eficiente a mudanças na demanda, alinhando a produção mais de perto com as necessidades reais dos clientes.

O sistema APS (Advanced Planning and Scheduling, que pode ser traduzida para Planejamento Avançado da Produção) da aloee também é uma ferramenta super importante para prever as mudanças na produção mediante as alterações de demanda, permitindo identificar de maneira antecipada atrasos e gargalos na produção, pois realiza o sequenciamento da produção verificando as restrições e disponibilidades da fábrica.

Assim, através do sistema aloee, será possível identificar padrões de demanda e a prever tendências, possibilitando que a empresa se antecipe às variações e ajuste seus planos de produção e estoque com antecedência, reduzindo os riscos associados ao efeito chicote.

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